D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto - 9 ano
- Nelson Junior
- 2 de mai.
- 7 min de leitura
Atualizado: 5 de mai.

Você já leu um texto em que só entendeu o final depois de voltar ao começo? Ou percebeu que uma frase faz sentido apenas quando conectada a outra parte do texto? Se sim, você já praticou o que chamamos de Descritor D2: Estabelecer relações entre partes de um texto.
Neste post, vamos te mostrar como isso funciona na prática e como melhorar sua habilidade de interpretação!
📖 O Que é o Descritor D2?
O Descritor D2 avalia se você consegue ligar informações que aparecem em diferentes partes de um texto. Essas informações podem estar:
no início e no fim,
em parágrafos diferentes,
ou até mesmo escondidas nas entrelinhas, exigindo que você interprete para entender a relação.
🔗 Tipos de Relações que Você Pode Identificar
Quando você lê um texto, precisa perceber como as ideias estão conectadas. Veja alguns exemplos de relações comuns:
Tipo de relação | Palavras que ajudam a identificar | Exemplo |
Causa e consequência | porque, por isso, então | Ele correu muito, por isso se cansou. |
Tempo | quando, depois, enquanto | Enquanto estudava, ouvia música. |
Condição | se, caso, desde que | Se chover, ficaremos em casa. |
Contraste | mas, porém, embora | Gosta de frio, mas mora no Nordeste. |
Explicação | ou seja, isto é | Perdeu a hora, ou seja, chegou atrasado. |
"O que esta parte do texto tem a ver com o que foi dito antes?"ou"Isso aconteceu por causa de quê?" / "E o que aconteceu depois disso?"
Essas perguntas simples ativam sua atenção para conexões essenciais entre ideias, mesmo quando os conectores (como porque, mas, então) não estão explícitos.
🔎 Por que isso é importante?
Estabelecer relações entre partes de um texto ajuda você a entender o que não está dito de forma direta. É como montar um quebra-cabeça: cada parte traz uma pista, e só ao juntar tudo você entende a imagem completa.
👉 Essa habilidade é fundamental para:
Resolver questões de interpretação com mais segurança;
Ler textos mais complexos sem se perder;
Desenvolver um raciocínio mais lógico e crítico.
Fórum: Opinar, compartilhar e refletir
Você vai demonstrar que consegue estabelecer relações entre partes diferentes de um texto, mesmo quando as conexões não estão explícitas. Isso inclui perceber causas, consequências, tempo, explicações, condições ou contrastes.
📌 Tarefa – Etapas obrigatórias
1. Leitura e Resposta Individual
Leia o trecho abaixo com atenção:
“Camila acordou atrasada. Saiu de casa sem tomar café e correu para o ponto de ônibus. Quando chegou à escola, percebeu que havia esquecido o material em casa.”
Agora, responda:
a) Que acontecimentos estão ligados à Camila ter acordado atrasada?
b) Que consequências você identifica ao longo do texto?
c) Há alguma relação de tempo ou causa e consequência? Justifique com base no texto.
d) Releia o trecho e diga: que partes do texto precisam ser lidas juntas para entendermos o que aconteceu com Camila?
2. Interação com o colega
Leia o comentário de um colega e:
Diga se concorda com a análise dele(a) e por quê;
Indique outra parte do texto em que você percebe uma conexão entre as ações de Camila;
Escreva um novo final para o texto, mantendo a lógica dos acontecimentos.
3. Reflexão final
Responda com suas palavras:
Por que é importante prestar atenção nas conexões entre diferentes partes de um texto? Como isso ajuda na sua compreensão durante a leitura?
PRATIQUE!
Em uma tarde quente de verão, Clara caminhava pela praia, tentando aliviar a pressão do trabalho e dos estudos. Ela gostava de estar perto do mar, sentindo a brisa no rosto. De repente, um grito a fez parar. Um grupo de crianças brincava na beira da água, mas algo não estava certo. Clara correu para ver o que estava acontecendo. Um dos meninos havia se afogado e estava sendo puxado pela correnteza. Rapidamente, ela entrou na água e, com dificuldade, conseguiu trazer o menino para a areia. Ele estava muito assustado, mas ileso. Clara, cansada e aliviada, olhou para o horizonte e pensou: "Eu não poderia viver com a culpa de não ter feito nada."
Questão 1. O que fez Clara parar de caminhar pela praia?
a) Ela ouviu o som do mar.
b) Ela sentiu cansaço.
c) Um grito chamou sua atenção.
d) Ela viu o menino se afogando.
Questão 2. Qual é a relação entre a ação de Clara e o incidente com o menino?
a) Clara viu o menino se afogar e, sem hesitar, correu para ajudá-lo.
b) Clara estava distraída com seus pensamentos e não percebeu o que aconteceu.
c) O menino estava apenas brincando, e Clara não se importou.
d) Clara tentou ajudar, mas não conseguiu.
Questão 3. Qual é o sentimento de Clara ao final do texto?
a) Ela está triste por ter perdido a oportunidade de ajudar.
b) Clara sente alívio por ter conseguido salvar o menino.
c) Ela está brava por ter sido interrompida em sua caminhada.
d) Clara está com medo de voltar para casa.
Questão 4. O que a frase “Eu não poderia viver com a culpa de não ter feito nada” indica sobre a motivação de Clara?
a) Ela tinha medo de não ser reconhecida.
b) Clara sentiu que precisava agir, independentemente do perigo.
c) Ela queria impressionar os outros com sua coragem.
d) Clara acreditava que não poderia salvar o menino.
Questão 5. Identifique a relação entre as partes do texto que descrevem a ação de Clara entrando na água para salvar o menino e o trecho final, em que ela pensa sobre a culpa.
a) A relação é de causa e consequência: Clara entrou na água porque sentiu que não poderia deixar de agir.
b) As ações de Clara estão relacionadas apenas temporalmente, sem conexão de causa.
c) O trecho final explica as emoções de Clara, mas não tem relação com o momento em que ela salva o menino.
d) O texto não faz ligação entre a ação e o pensamento final de Clara.
Questão 6. (SAEMS). Leia o texto abaixo.
Por que às vezes nosso espirro “foge”?
Simples! Porque a vontade passa. Mas, para entender por que ela passa, é preciso, antes, saber que o espirro é um mecanismo de defesa do nosso nariz contra partículas ou substâncias que causem irritação na mucosa nasal – da mesma forma que a tosse é um mecanismo de defesa dos nossos pulmões.
Poeira, pólen, pelo de animais, ácaros ou substâncias voláteis, como perfumes e produtos de limpeza, são alguns dos agentes causadores do espirro. Quando essas substâncias entram em contato com a mucosa do nariz, provocam irritação e acionam no organismo um mecanismo de defesa para expulsá-las. “Ao espirrar, estamos mandando-as para fora de nosso corpo. Mas, às vezes, o espirro some, pois a necessidade ou a irritação passa”, explica o otorrinolaringologista Manoel de Nóbrega, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Outras vezes, fica aquele vai e vem até que o espirro aconteça ou desapareça de vez – isso porque os causadores do espirro já foram expelidos. [...]
Disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br/saude/vezes-nosso-espirro-foge-611510.shtml. Fragmento.
No trecho “... entender por que ela passa,..” (1° parágrafo), a palavra destacada refere-se à
A) vontade.
B) irritação.
C) tosse.
D) defesa.
Questão 7. (Prova Brasil). Leia o texto abaixo:
A floresta do contrário
Todas as florestas existem antes dos homens. Elas estão lá e então o homem chega, vai destruindo, derruba as árvores, começa a construir prédios, casas, tudo com muito tijolo e concreto. E poluição também.
Mas nesta floresta aconteceu o contrário. O que havia antes era uma cidade dos homens, dessas bem poluídas, feia, suja, meio neurótica.
Então as árvores foram chegando, ocupando novamente o espaço, conseguiram expulsar toda aquela sujeira e se instalaram no lugar.
É o que se poderia chamar de vingança da natureza – foi assim que terminou seu relato o amigo beija-flor.
Por isso ele estava tão feliz, beijocando todas as flores – aliás, um colibri bem assanhado, passava flor por ali, ele já sapecava um beijão.
Agora o Nan havia entendido por que uma ou outra árvore tinha parede por dentro, e ele achou bem melhor assim.
Algumas árvores chegaram a engolir casas inteiras.
Era um lugar muito bonito, gostoso de se ficar.
Só que o Nan não podia, precisava partir sem demora.
Foi se despedir do colibri, mas ele já estava namorando apertado a uma outra florzinha, era melhor não atrapalhar.
LIMA, Ricardo da Cunha. Em busca do tesouro de Magritte. São Paulo: FTD, 1988.
No trecho “Elas estão lá e então o homem chega,...” (2° parágrafo), a palavra destacada refere-se a:
A) flores.
B) casas.
C) florestas.
D) árvores.
Questão 8. Leia o texto abaixo.
POP II – PARCERIAS COM PAVAROTTI
Os duetos de Luciano Pavarotti (1935-2007) já são um clássico do pop artístico mundial. Mas é a primeira vez que eles saem juntos e revelam momentos preciosos em interpretações díspares, sim, mas sempre interessantes. De Elton John a Bono, passando por Eurythmics e Frank Sinatra (com quem canta My Way), a voz dos outros digladia-se com o espantoso alcance da de Pavarotti. “Sua voz clara e original foi um modelo para os tenores do pós-guerra”, escreve o New York Times, “em performances carismáticas”, afi rma a BBC.
Pavarotti – The Duets, Luciano Pavarotti, Eric Clapton, Bono, Elton John e Sting entre outros. Revista da Semana, nº 46. São Paulo: Editora Abril, novembro 2008. p 21.
No trecho “(com quem canta My Way)”, a expressão destacada refere-se a
A) Elton John.
B) Bono.
C) Eurythmics.
D) Frank Sinatra.
Questão 9. Leia o texto para responder a questão abaixo:
Linguagem Publicitária
[...] Ao contrário do panorama caótico do mundo apresentado nos noticiários dos jornais, a mensagem publicitária cria e exibe um mundo perfeito e ideal [...]
Tudo são luzes, calor e encanto, numa beleza perfeita e não perecível. [...]
Como bem definiu certa vez um gerente de uma grande agência francesa, publicidade é “encontrar algo de extraordinário para falar sobre coisas banais”. [...]
CARVALHO, Nelly de. A linguagem da sedução.São Paulo: Ática, 1996.In: CEREJA,William Roberto e MAGALHÃES, Thereza. Português Linguagens. São Paulo: Atual, 2006.
No trecho “Ao contrário do panorama caótico do mundo apresentado nos noticiários dos jornais, a mensagem publicitária cria e exibe um mundo perfeito e ideal [...]”, a palavra destacada está no mesmo campo de significado de
A) confuso.
B) perfeito.
C) ideal.
D) encanto.
Questão 10. Leia o texto para responder a questão abaixo:
MINHA BICICLETA, de Sérgio Caparelli
Com minha bici, eu roubo a lua pra enfeitar a minha rua. Com minha bici dou nó no vento e até fantasma eu espavento. Com minha bici jogo o anzol no horizonte e pesco o sol. Com minha bici caio e não dói eu sou um herói. Com minha bici eu vou a fundo pelas estradas do fim do mundo. Com minha bici...
CAPARELLI, Sergio.Tigres no quintal. Porto Alegre, Kuarup,1990.
A repetição do verso “Com minha bici” reforça
A) a ideia de velocidade das brincadeiras infantis do eu do texto.
B) a sensação de que a bicicleta é um objeto mágico para o eu do texto.
C) a visão infantil do eu do texto frente aos problemas da vida.
D) a necessidade de uso da bicicleta como meio de transporte.
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