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[AULA 6] Variação Linguística - 9 ANO

Atualizado: 7 de nov.

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Como identificar quem está falando e para quem essa fala é direcionada? Isso tem tudo a ver com o descritor D13, que avalia nossa habilidade de identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.


CONHECENDO O DESCRITOR

D13 - Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto: avalia a habilidade de identificar, num texto, as "pistas" que mostram quem está falando (locutor) e para quem ele está falando (interlocutor). Essas "pistas" são chamadas de marcas linguísticas e podem ser o tipo de linguagem usada (formal ou informal), as palavras escolhidas, o tom da mensagem, entre outras características.


Primeiro, quem são esses personagens?

Locutor é quem está falando ou escrevendo no texto.
Interlocutor é quem está ouvindo ou lendo, ou seja, quem recebe a mensagem.

Agora, para descobrir quem são essas figuras, usamos as marcas linguísticas. Mas o que são essas marcas? São "pistas" deixadas no texto que ajudam a entender a comunicação. Vamos ver alguns exemplos práticos:


Tipo de linguagem usada

Se a linguagem é mais formal (com palavras como "vossa senhoria", "excelentíssimo", ou frases bem estruturadas), isso indica que o locutor está falando com alguém em um contexto mais sério ou respeitoso, como uma autoridade.

Por outro lado, se a linguagem é informal (gírias, abreviações, frases descontraídas), o locutor está provavelmente conversando com um amigo ou alguém próximo.


Escolha de palavras

Algumas palavras dão dicas sobre o relacionamento entre locutor e interlocutor. Por exemplo, em "Querida aluna, parabéns pelo seu esforço!", percebemos que o locutor está se dirigindo a uma aluna, e o tom é de carinho e incentivo.


Pronomes de tratamento

Palavras como "você", "senhor", "cara" ou "galera" indicam diferentes níveis de formalidade e proximidade. Elas ajudam a identificar o tipo de relação entre quem fala e quem escuta.


Tom da mensagem

O tom pode ser amigável, sério, motivador, crítico... Tudo isso nos dá pistas sobre como o locutor quer que o interlocutor se sinta ou reaja ao texto.


Por que é importante?

Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor é fundamental para a interpretação de textos, pois permite:

  • Compreender o contexto da comunicação: Entender a situação em que a mensagem foi produzida e o objetivo de quem fala.

  • Inferir as relações entre locutor e interlocutor: Reconhecer o grau de intimidade, formalidade ou autoridade.

  • Interpretar o tom e a intenção do autor: Saber se o locutor quer convencer, informar, emocionar, entre outros.

  • Avaliar a adequação da linguagem: Observar se a linguagem utilizada é apropriada para o público e para a situação.


  1. Observe o vocabulário:

    • Palavras formais: Indicam um contexto mais sério, profissional, ou acadêmico. Exemplos: "prezado", "solicitamos", "atenciosamente".

    • Palavras informais: São mais comuns em conversas casuais entre amigos ou familiares. Exemplos: "e aí", "beleza", "valeu".

  2. Preste atenção ao tom da mensagem:

    • Tom formal: Usado em contextos profissionais ou de respeito. Exemplos: pronomes de tratamento, linguagem mais rebuscada.

    • Tom informal: Usado em situações descontraídas e entre pessoas próximas. Exemplos: uso de gírias, emoticons.

  3. Análise de pronomes e formas de tratamento:

    • Pronomes formais: "Senhor", "Vossa Excelência", "Prezados".

    • Pronomes informais: "Você", "Tu", "Ei", "Galera".

  4. Gírias e expressões regionais:

    • A presença de gírias ou expressões regionais pode indicar de onde o locutor é e também a quem está se dirigindo. Exemplo: "arretar o bucho" (nordeste), "beleza" (informal).

  5. Emojis e abreviações:

    • Emojis e abreviações indicam uma comunicação informal e afetuosa. Exemplo: "😁", "bjs", "tá ligado".


Concluindo, as marcas linguísticas estão por toda parte, e aprender a identificá-las é como ser um detetive do texto. Isso não só ajuda na interpretação de mensagens como também melhora nossa comunicação!

Fórum: Opinar, compartilhar e refletir


Tema: Como identificar quem está falando e para quem essa fala é direcionada?


Orientação para os alunos:

No tópico acima, estudamos que o Descritor D13 trata da habilidade de identificar, em um texto, as marcas linguísticas que revelam quem é o locutor (quem fala) e quem é o interlocutor (para quem se fala).


Agora, queremos colocar isso em prática!


✅ O QUE VOCÊ DEVE FAZER NESTE FÓRUM:

  1. Escolha um desses tipos de texto do seu cotidiano (apenas UM):

  2. Mensagem de WhatsApp

  3. E-mail formal

  4. Bilhete ou aviso escolar

  5. Post ou comentário de rede social

  6. Propaganda (cartaz, banner, outdoor)

  7. Reescreva no fórum um pequeno exemplo desse texto (pode ser inventado, não precisa ser real).

  8. Em seguida, responda no mesmo post:

    a) Quem é o locutor? (Quem está “falando” no texto?)

    b) Quem é o interlocutor? (Quem recebe essa mensagem?)

    c) Quais são as MARCAS LINGUÍSTICAS que o ajudaram a descobrir isso?(ex.: formalidade, gírias, pronomes, emojis, tom, vocabulário etc.)


🔍 MODELO DE RESPOSTA (copie e substitua)

Texto escolhido: mensagem de WhatsApp

Exemplo: “Oi, prof! Esqueci de entregar a atividade, posso mandar amanhã?”

Locutor: aluno

Interlocutor: professor

Marcas linguísticas: uso de “prof” (informal), pedido em tom respeitoso, ausência de formalidade típica de email.


🧠 lembrete

Não descreva "quem você acha" — primeiro encontre as pistas no texto.Quem interpreta bem, enxerga as pistas antes de concluir.


Publique sua contribuição abaixo. Depois, leia e comente no mínimo 1 resposta de colega,

PRATIQUE

 Questão 1. Leia e responda:


Marina caminhava rápido pelo corredor da escola. A cada passo, sentia como se os pensamentos pesassem mais que a mochila. “Se eu tivesse falado diferente… talvez ele tivesse entendido”, repetia em silêncio. Recordava-se da conversa com o amigo: ela usou gírias regionais, ele achou que estava sendo rude. Agora, Marina não sabia se o mal-entendido vinha das palavras ou do medo de perder a amizade.

O conflito vivido por Marina envolve uma situação de incompreensão causada por:

A) Diferença geracional.

B) Variação regional.

C) Variação de registro formal.

D) Variação histórica da língua.


Questão 2. Leia e responda:


Luís gostava de observar as pessoas no ponto de ônibus. Cada uma parecia carregar um mundo interno diferente. Naquele dia, ouviu uma senhora dizendo “Tu vais demorar, guri?”, expressão que lhe lembrava o sul do país. Sorriu. “Quando ela fala assim, parece que o tempo abranda”, pensou, sentindo uma paz breve antes do ônibus chegar.

A fala da senhora evidencia:

A) Uso de arcaísmos da língua portuguesa.

B) Um caso de variação regional.

C) Nível de linguagem técnico-científico.

D) Erro gramatical segundo a norma culta.


Questão 3. Leia e responda:

No grupo de mensagens, João sempre escrevia abreviações como “blz”, “tmj”, “qnd”. Para ele, aquilo era natural e eficiente. Contudo, quando precisou escrever um texto para a feira de ciências, percebeu que aquele hábito dificultava sua concentração. Sentiu um aperto no peito: “Será que desaprendi a escrever formalmente?”, pensou.

A diferença entre as formas utilizadas por João no grupo e no texto escolar representa:

A) Alternância entre variação regional e histórica.

B) Alternância entre língua oral e língua estrangeira.

C) Alternância entre registro informal e formal.

D) Alternância entre norma padrão e norma arcaica.


Questão 4. Leia e responda:

Gabriel sempre falava rápido quando estava ansioso. Na entrevista do projeto escolar, notou que saiu dizendo expressões como “nóis vai apresentar” e “as criança gostou”. Ele percebeu o olhar do avaliador, mas manteve a calma. Sabia que sua forma de falar vinha do bairro onde cresceu, mas ainda tinha receio de ser julgado.

As expressões usadas por Gabriel revelam:

A) Apenas desvios sem significado social.

B) Uma variedade estigmatizada associada a grupos sociais específicos.

C) Exemplos de linguagem técnica própria de entrevistas.

D) Um fenômeno de mudança histórica do português europeu.


Questão 5. Leia e responda:

Estela adorava ouvir o avô contar histórias. Ele usava palavras como “alentado”, “vosmecê” e “sapecaia”. Para ela, era como abrir um baú de memórias. O avô dizia que aprendeu tudo com os pais e avós, e que a língua era um fio que ligava gerações. Estela sentia um leve orgulho melancólico ao perceber que quase ninguém da sua idade conhecia aquelas expressões.

As palavras utilizadas pelo avô de Estela indicam:

A) Variação histórica da língua.

B) Apenas gírias da internet.

C) Exemplos de neologismos recentes.

D) Um registro científico especializado.


Questão 6. Leia o texto e responda:

Quando eu era pequeno, meu avô sempre me chamava de “piá”. Até hoje lembro da risada dele ecoando no quintal. Só anos depois descobri que essa palavra não era comum em todos os lugares, mas isso nunca diminuiu a força daquele som que guardo na lembrança.

A palavra “piá” evidencia:

A) Um processo de formalização da língua.

B) Variação regional ligada ao sul do Brasil.

C) Um termo usado apenas na norma culta padrão.

D) Uma palavra estrangeira incorporada recentemente.


Questão 7. Leia o texto e responda:

Quando minha mãe me acordava cedo para a escola, dizia sempre: “Levanta, menino, que já clareou o dia”. A expressão “clareou o dia” me embalava como um ritual. Depois percebi que meus colegas falavam “o dia amanheceu”. Hoje, as duas expressões convivem em mim como lembranças de mundos diferentes.

A diferença entre “clareou o dia” e “o dia amanheceu” representa:

A) Variação entre norma padrão e norma inadequada.

B) Variação estilística sem relação social ou regional.

C) Variação regional, com formas distintas em diferentes lugares.

D) Variação histórica entre o português medieval e atual.


Questão 8. Leia o texto e responda:

No meu primeiro emprego, lembro de como eu falava apressado, cheio de gírias: “Tô ligado”, “de boa”, “suave”. Meu chefe sempre sorria e dizia: “Garoto, você fala igual o pessoal da sua turma”. Hoje entendo que aquelas palavras carregavam a marca do tempo e do grupo social com quem eu convivia.

As gírias usadas pelo narrador são um caso de:

A) Variação social, comum entre grupos de jovens.

B) Erros linguísticos que devem ser evitados em qualquer contexto.

C) Variação histórica, pois são palavras do século XIX.

D) Regionalismo típico das áreas rurais.



Questão 9. Leia o texto e responda:

Lembro da primeira vez que visitei meus primos no interior. Quando cheguei, uma tia me abraçou e disse: “Ocê tá grande, fio!”. Eu estranhei, mas gostei da sonoridade. Aquele jeito de falar parecia carregar uma doçura que faltava na correria da cidade.

A fala da tia (“Ocê tá grande, fio!”) mostra:

A) Uso de marcas de oralidade e variação regional.

B) Apenas desvios gramaticais sem justificativa.

C) Emprego obrigatório da norma culta no interior.

D) Linguagem formal característica de eventos acadêmicos.


Questão 10. Leia o texto e responda:

Quando eu voltava da escola, gostava de sentar na calçada com minha avó. Ela contava histórias usando palavras que hoje quase não ouço mais, como “antão”, “cousa” e “alembrar”. Naquele tempo, eu não sabia que carregava na memória pequenos fósseis da língua.

As palavras usadas pela avó indicam:

A) Uso de gírias contemporâneas.

B) Variação histórica, com termos antigos preservados na memória.

C) Erros de grafia que devem ser corrigidos.

D) Linguagem técnica própria de estudos científicos.

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