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D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos - 9 ano

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Os recursos ortográficos são os sinais gráficos que utilizamos na escrita para organizar o texto e indicar pausas, entonações e relações entre as ideias. Entre eles, destacam-se a pontuação (como vírgulas, pontos, reticências, pontos de exclamação e interrogativos), o uso de maiúsculas e minúsculas, além de outros símbolos gráficos. Esses sinais não são apenas regras; eles desempenham papel expressivo, moldando o ritmo da leitura e enfatizando certas partes do texto.


Já os recursos morfossintáticos relacionam-se à estrutura das palavras e das frases. A morfologia estuda a formação das palavras, como os tempos verbais, pronomes, preposições e sufixos, enquanto a sintaxe analisa a organização e a função das palavras dentro das orações. A forma como o autor organiza as frases, escolhe os tempos verbais, utiliza voz ativa ou passiva, e posiciona determinados termos, cria diferentes efeitos de sentido e contribui para a expressividade do texto.


Quando combinamos esses recursos, conseguimos transformar um texto simples em um texto que provoca emoções, cria suspense, destaca informações importantes, expressa ironia ou enfatiza ideias.


Exemplos retirados de textos

a) Pontuação e efeito de sentido

  • Vírgula para criar pausa dramática:

“Ele entrou, finalmente, no quarto.”

(A pausa realça o “finalmente”, destacando a demora ou a expectativa.)

  • Reticências para suspense ou dúvida:

“Eu pensei que... mas não sei mais.”

(Sugere hesitação ou algo deixado subentendido.)

  • Exclamação para expressar emoção:

“Que surpresa incrível!”

(Destaca entusiasmo ou espanto.)

  • Travessão para diálogo ou destaque:

“— Você veio! — exclamou ela.”

(Torna o diálogo mais direto e marcante.)


b) Morfossintaxe e efeito de sentido

  • Uso do tempo verbal para situar ação:

“Eu corri para o ônibus.” (pretérito perfeito, ação concluída)

“Eu estava correndo para o ônibus.” (pretérito imperfeito, ação em andamento)

(O tempo verbal influencia o ritmo e a percepção da ação.)

  • Voz ativa vs. voz passiva:

“Atirei a pedra.” (voz ativa: sujeito é agente da ação)

“A pedra foi atirada.” (voz passiva: ação destacada, sujeito paciente)

(A voz passiva pode dar mais formalidade ou distância.)

  • Ordem dos termos para ênfase:

“Foi João quem quebrou o vaso.” (ênfase em “João”)

“O vaso foi quebrado por João.” (ênfase no “vaso” e na ação.)

  • Uso de pronomes para aproximação ou distância:

“Eu te amo.” (próximo, intimidade)

“Ele ama você.” (mais distante, formal.)


Por que é importante reconhecer esses efeitos?

  • Para interpretar melhor os textos, percebendo nuances de sentido que vão além do significado das palavras isoladas.

  • Para entender as intenções do autor, que usa esses recursos para guiar a emoção, o ritmo e o impacto da mensagem.

  • Para desenvolver habilidades críticas que ajudam em provas e na análise de diferentes gêneros textuais.

  • Para melhorar a produção escrita, sabendo como usar pontuação, tempos verbais e estrutura da frase para criar sentidos específicos.

  • Para perceber a diversidade e riqueza da língua, ampliando o repertório linguístico.


Como vimos, os recursos ortográficos e morfossintáticos são ferramentas poderosas na construção de sentido. Ao dominá-los, nos tornamos leitores e escritores mais competentes. Fiquem ligados, pois continuaremos explorando esses conceitos em nossas próximas aulas!

Fórum: Opinar, compartilhar e refletir

 

O respeito na escola é fundamental para um ambiente saudável e produtivo. Respeitar o colega, o professor e as regras da instituição significam valorizar o espaço onde aprendemos e crescemos juntos. Quando alguém interrompe uma aula com gritos, falta com o respeito, e isso atrapalha o aprendizado de todos. Por outro lado, o silêncio e a atenção mostram que a escola é um lugar de aprendizado e convivência.

“Respeitar é ouvir!” — quantas vezes já ouvimos essa frase? Ela pode parecer simples, mas o uso da exclamação reforça a urgência desse comportamento. Além disso, frases curtas e diretas, como esta, criam impacto e facilitam a compreensão da mensagem.

Em muitas situações, as regras parecem rígidas, mas são necessárias para manter a ordem. Se todos cumprirmos nosso papel, o ambiente escolar será mais justo e agradável.

Portanto, respeitar na escola não é apenas uma obrigação, é um compromisso de todos nós.

 

Instruções para o fórum:

  1. Leia atentamente o texto sobre respeito escolar.

  2. Escolha uma frase ou expressão do texto que utilize algum recurso ortográfico (como pontuação) ou morfossintático (como tempo verbal, ordem das palavras, voz ativa/passiva) que você considere importante para causar um efeito de sentido.

  3. No fórum, escreva um comentário respondendo:

    • Qual frase ou expressão você escolheu?

    • Qual recurso ortográfico ou morfossintático está sendo usado?

    • Que efeito de sentido esse recurso provoca na mensagem?

    • Por que esse efeito é importante para destacar a ideia do respeito na escola?

  4. Leia os comentários dos colegas e responda a pelo menos dois, compartilhando sua opinião e refletindo sobre as interpretações apresentadas.

 

Objetivo da atividade:

  • Desenvolver a capacidade de identificar e analisar os recursos expressivos que influenciam o sentido dos textos.

  • Estimular a reflexão crítica sobre o tema do respeito no ambiente escolar.

  • Promover o diálogo respeitoso e o compartilhamento de diferentes pontos de vista.


PRATIQUE!


Um Desentendido no Café

Era uma manhã ensolarada quando Clara entrou no café da esquina para tomar seu café matinal. Ao aproximar-se do balcão, leu no cardápio:

"Especial do dia: bolo de chocolate. Apenas 5 reais!"

Animada com o preço e a simplicidade, Clara fez o pedido:

– Um especial do dia, por favor!

Quando o prato chegou, veio uma fatia de bolo coberta com chantilly e cerejas. Clara, surpresa, comentou:

– Eu pedi o bolo de chocolate... mas não queria chantilly e cerejas.

A atendente sorriu e respondeu:

– Mas é assim que fazemos o especial do dia.

Clara rebateu:

– No cardápio não estava escrito nada sobre chantilly ou cerejas.

A atendente explicou:

– Ah, entendo. O problema é que a descrição foi muito resumida. Faltaram detalhes, como: "Bolo de chocolate, decorado com chantilly e cerejas."

Clara riu:

– Realmente, agora tudo faz sentido. A escrita muda tudo!

Enquanto comia, Clara refletiu sobre como uma vírgula ou uma palavra extra poderiam evitar confusões.


Questão 1. A confusão no texto ocorreu por causa de:

A) Um erro na receita do bolo.

B) A falta de clareza na descrição do cardápio.

C) O descuido da atendente ao anotar o pedido.

D) A insatisfação de Clara com o sabor do bolo.


Leia e responda as questões 2 a 6

 "O respeito aos professores é fundamental para um ambiente escolar saudável e produtivo. Quando os estudantes reconhecem a autoridade e a dedicação dos educadores, a sala de aula se torna um espaço de aprendizado e crescimento. Por outro lado, a falta de respeito gera desmotivação, conflito e prejudica o desenvolvimento de todos. O respeito não é apenas uma obrigação, mas um valor que deve ser cultivado para garantir o sucesso educacional."

 

Questão 2. No trecho “O respeito aos professores é fundamental para um ambiente escolar saudável e produtivo”, o uso da palavra “fundamental” tem a função de:

A) Indicar que o respeito é opcional na escola.

B) Destacar a importância essencial do respeito para o bom funcionamento da escola.

C) Apresentar uma opinião pessoal sem fundamentação.

D) Minimizar o papel dos professores no processo educacional.

 

Questão 3. Na frase “Por outro lado, a falta de respeito gera desmotivação, conflito e prejudica o desenvolvimento de todos”, a expressão “Por outro lado” serve para:

A) Introduzir uma ideia contrária ou consequência negativa em relação ao respeito.

B) Apresentar uma conclusão final.

C) Reforçar a mesma ideia apresentada anteriormente.

D) Ignorar o que foi dito anteriormente.

 

Questão 4. O autor utiliza a expressão “não é apenas uma obrigação, mas um valor que deve ser cultivado”. O efeito de sentido provocado pela estrutura “não apenas... mas...” é:

A) Apresentar uma alternativa entre obrigação e valor.

B) Minimizar a importância do respeito.

C) Ampliar o conceito de respeito, mostrando que vai além do dever formal.

D) Sugerir que o respeito é difícil de ser praticado.

 

Questão 5. A palavra “desmotivação”, no contexto do texto, provoca um efeito de sentido que indica:

A) Uma consequência negativa da falta de respeito.

B) Um benefício gerado pelo desrespeito.

C) Uma emoção positiva relacionada ao respeito.

D) Um sentimento indiferente diante do ambiente escolar.

 

Questão 6. A escolha do verbo “garantir” na frase “para garantir o sucesso educacional” sugere que:

A) O respeito contribui para assegurar um resultado positivo na educação.

B) O sucesso educacional depende apenas dos professores.

C) O respeito não tem influência no sucesso educacional.

D) O sucesso educacional é algo difícil de alcançar.


(Itajubá-CE). Leia o texto abaixo.

AO APAGAR DAS LUZES

Ele tinha decidido, sem nada avisar, sem combinação nenhuma, que naquela noite haveria o grande desvendamento. 

Ele ia-se revelar, pronunciar a dura verdade, abrir o peito, rasgar as vestes da postura comida, e abrir as pernas e parir a si mesmo e suas verdades na cara dos demais, Eram uma família normal, uma gente cotidiana, que trabalhava para pagar suas contas, que mantinha um tipo de fidelidade devida antes ao cansaço e à resignação que à lealdade e ao amor.

Pais e filhos, uns casados, outros solteiros, reuniam-se cada domingo assim, para atenderem ao desejo da mãe, à ordem do pai, e à sua própria resignação.

O pai era um homem normal, cumpridor metódico de seus deveres, prazeres poucos, e ao cabo de tantos anos já não sabia direito o que eram seus desejos, se tinha sonhos, se tudo se fundia tia realidade tediosa...

(O Estado de S. Paulo, 10/04/2002)

 

Questão 7. No fragmento acima quem conta a história

A) O pai

B) A mulher

C) O narrador

D) Os filhos


(SAEGO). Leia o texto abaixo.

 

Uma vida melhor que a encomenda

[...] Domingo passado, comentei sobre o documentário Eu Maior, em que Rubem Alves também participou [...]. Entre outras coisas, ele contou que certa vez um garoto se aproximou dele para perguntar como havia planejado sua vida para chegar onde chegou, qual foi a fórmula do sucesso. Rubem Alves respondeu que chegou onde chegou porque tudo que havia planejado deu errado.

Planejar serve para colocar a pessoa em movimento. Se não houver um objetivo, um desejo qualquer, ela acabará esperando sentada que alguma grande oportunidade caia do céu, possivelmente por merecimento cósmico.

É preciso querer alguma coisa – já alcançar é facultativo, explico por quê.

Uma vez determinado o rumo a seguir, entra a melhor parte: abrir-se para os acidentes de percurso. Você que sonha em ser um Rubem Alves, é possível que já tenha começado a escrever num blog (parabéns, pôs-se em ação). No entanto, esses escritos podem conduzi-lo a um caminho que não estava nos planos. Dependendo do conteúdo, seus posts podem levá-lo a um convite para lecionar no interior, [...] a estagiar com um tio engenheiro, a fazer doce pra fora, a pegar a estrada com um amigo e acabar na Costa Rica, onde conhecerá a mulher da sua vida e com ela abrirá uma pousada, transformando-se num empresário do ramo da hotelaria.

Não é assim que as coisas acontecem, emendando uma circunstância na outra?

A vida está repleta de exemplos de arquiteta que virou estilista, [...] estudante de Letras que virou maquiadora, publicitário que virou chef de cozinha, professor que virou dono de pet shop, economista que virou fotógrafo. Tem até gente que almejava ser economista, virou economista, fez uma bela carreira como economista e morreu economista. A vida é surpreendente.

Ariano Suassuna largou a advocacia aos 27 anos, João Ubaldo também se formou em Direito, mas nem chegou a exercer o ofício, e Rubem Alves teve até restaurante. Tudo que dá errado pode dar muito certo. A vida joga os dados, dá as cartas, gira a roleta: a nós, cabe apenas continuar apostando.

MEDEIROS, Martha. Disponível em: <http://cadeomeuabraco.blogspot.com.br/>. Fragmento.

 

Questão 8. Nesse texto, a expressão “caia do céu” (2° parágrafo) foi usada para

A) ironizar o comportamento das pessoas sonhadoras.

B) mostrar a mudança repentina de atitude das pessoas.

C) reforçar o sentimento de passagem repentina do tempo.

D) sugerir a inércia das pessoas para atingir um objetivo.

 

(SAEGO). Leia o texto abaixo. 

 

De bem com a vida

Filó, a joaninha, acordou cedo.

– Que lindo dia! Vou aproveitar para visitar minha tia.

– Alô, tia Matilde. Posso ir aí hoje?

– Venha, Filó. Vou fazer um almoço bem gostoso.

Filó colocou seu vestido amarelo de bolinhas pretas, passou batom cor-de-rosa, calçou os sapatinhos de verniz, pegou o guarda-chuva preto e saiu pela floresta: plecht, plecht...

Andou, andou... e logo encontrou Loreta, a borboleta.

– Que lindo dia!

– E pra que esse guarda-chuva preto, Filó?

– É mesmo! – pensou a joaninha.

E foi para casa deixar seu guarda-chuva. De volta à floresta:

– Sapatinhos de verniz? Que exagero! – Disse o sapo Tatá. Hoje nem tem festa na floresta.

– É mesmo! – pensou a joaninha.

E foi para casa trocar os sapatinhos. De volta à floresta:

– Batom cor-de-rosa? Que esquisito! – disse Téo, o grilo falante. – É mesmo! – pensou a joaninha. De volta à floresta:

– Vestido amarelo com bolinhas pretas? Que feio. Por que não usa o vermelho? – disse a aranha Filomena. – É mesmo! – pensou Filó. E foi para casa trocar de vestido.

Cansada de tanto ir e voltar, Filó resmungava pelo caminho. O sol estava tão quente que a joaninha resolveu desistir do passeio.

Chegando em casa, ligou para tia Matilde.

– Titia, vou deixar a visita para outro dia.

– O que aconteceu, Filó?

– Ah! Tia Matilde! Acordei cedo, me arrumei bem bonita e saí andando pela floresta. Mas no caminho...

– Lembre-se, Filozinha... Gosto de você do jeitinho que você é. Venha amanhã, estarei te esperando com um almoço bem gostoso.

No dia seguinte, Filó acordou de bem com a vida. Colocou seu vestido amarelo de bolinhas pretas, amarrou a fita na cabeça, passou batom cor-de-rosa, calçou seus sapatinhos de verniz, pegou o guarda-chuva preto, saiu andando apressadinha pela floresta plecht, plecht, plecht... e só parou para descansar no colo gostoso da tia Matilde.

RIBEIRO, Nye. De bem com a vida. In: Contos. Nova Escola. Edição especial. p. 51.

 

Questão 9. Nesse texto, o diminutivo na palavra “bolinhas” (5° parágrafo) reforça a ideia de

A) tamanho.

B) inferioridade.

C) deboche.

D) carinho.

 

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