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Procedimentos de Leitura – Localizando Informações Explícitas (D1) - Categoria III


O descritor D1 – Localizar Informações Explícitas avalia uma das habilidades de leitura mais fundamentais: encontrar dados e fatos que estão claramente apresentados na superfície do texto. Em outras palavras, a resposta está "escrita com todas as letras" e não exige que o leitor faça deduções ou interpretações profundas.


Para desenvolver essa habilidade, o leitor deve ser capaz de:

  • Identificar o que a pergunta está pedindo.

  • Rastrear palavras-chave da pergunta no texto.

  • Localizar a frase ou o trecho exato que contém a informação solicitada.

É o ponto de partida para compreensões mais complexas. Primeiro, aprendemos a ver o que está dito para, depois, entendermos o que não está dito.


Furto de flor, de Carlos Drummond de Andrade

Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava e eu furtei a flor. Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida.

Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem. Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico das flores. Eu a furtara, eu a via morrer.

Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me:

– Que ideia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!


Atividade 1: O que o texto diz?

Leia a crônica "Furto de flor" e responda às perguntas abaixo. Lembre-se de que as respostas estão diretamente no texto.

  1. De onde o narrador furtou a flor e quem estava fazendo o quê nesse momento?

  2. Qual foi o primeiro lugar onde o narrador colocou a flor ao chegar em casa?

  3. O que o narrador sentiu que a flor demonstrou quando ele a trocou do copo para o vaso?

  4. Além de renovar a água, o que o narrador pensou em fazer para salvar a flor, mas desistiu?

  5. Qual foi a acusação exata que o porteiro fez ao narrador no final da crônica?


Atividade 2: Roda de Conversa – Das informações explícitas às ideias

Agora, em grupos, usem as informações que vocês localizaram no texto para discutir as questões a seguir. O objetivo é compartilhar percepções e ouvir os colegas.


  1. O lugar das coisas: O narrador afirma no texto: "O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida." O que essa frase, dita por ele mesmo, revela sobre sua reflexão após o furto? Vocês acham que ele percebeu seu erro nesse momento? Por quê?

  2. A responsabilidade do ato: Em outro trecho, o narrador diz: "Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la." Discutam o que essa frase significa. Um ato errado pode gerar um sentimento de responsabilidade? Compartilhem exemplos ou ideias sobre isso.

  3. Diferentes pontos de vista: No fim, o narrador queria "depositar" a flor no jardim, mas o porteiro o repreendeu por "vir jogar lixo". Por que a mesma ação foi vista de maneiras tão diferentes pelos dois personagens? Conversem sobre como a intenção de uma pessoa pode não ser o que as outras enxergam.

  4. Trazendo para a vida: Vocês já passaram por alguma situação em que tentaram fazer algo com uma boa intenção (devolver, consertar, ajudar), mas foram mal interpretados? Compartilhem brevemente suas experiências com o grupo.


© 2025 por Prof. Nelson Jr. 

Jardim Monte Alegre, Taboão da Serra - SP

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