Sejam bem-vindos a mais uma aula preparatória. Hoje, vamos mergulhar no universo da interpretação textual, focando em uma habilidade crucial: a inferência.
O que é Inferir?
Inferir, em termos simples, é deduzir ou concluir algo que não está explícito no texto, utilizando as informações presentes nele e o nosso conhecimento de mundo. É como ser um detetive das palavras, buscando pistas para desvendar significados ocultos. No D3, o foco está em entender o sentido de palavras ou expressões específicas dentro de um contexto.
Por que a Inferência é Importante?
A habilidade de inferir é fundamental para a compreensão profunda de qualquer texto. Ela nos permite:
Entender nuances de significado: As palavras podem ter diferentes sentidos dependendo do contexto. A inferência nos ajuda a identificar qual sentido é o mais adequado.
Compreender mensagens implícitas: Nem tudo está escrito de forma direta. A inferência nos permite captar as mensagens nas entrelinhas.
Desenvolver o pensamento crítico: Ao inferir, exercitamos a capacidade de analisar, relacionar informações e chegar a conclusões lógicas.
Como Inferir o Sentido de uma Palavra ou Expressão?
Para inferir o sentido de uma palavra ou expressão, siga estas dicas:
Leia o texto com atenção: Uma leitura atenta é o primeiro passo. Preste atenção em todas as palavras e frases.
Identifique a palavra ou expressão-chave: Qual palavra ou expressão você precisa entender melhor?
Analise o contexto: Observe as palavras e frases que estão ao redor da palavra-chave. Elas geralmente oferecem pistas sobre o seu significado.
Use seu conhecimento de mundo: Conecte as informações do texto com o que você já sabe sobre o assunto.
Faça a dedução: Com base nas pistas contextuais e no seu conhecimento, formule uma hipótese sobre o significado da palavra ou expressão.
Teste sua hipótese: Verifique se o significado que você deduziu faz sentido dentro do contexto do texto.
Inferir o sentido de palavras é uma habilidade que se desenvolve com a prática. Ao dominar essa habilidade, você se tornará um leitor mais crítico e autônomo.
Lembre-se: A leitura é uma jornada contínua de descobertas. Ao longo da sua vida, você estará sempre aprendendo novas palavras e expressões.
Dicas extras:
Leia diversos tipos de textos: Quanto mais você ler, maior será seu repertório linguístico.
Utilize um dicionário: Ao encontrar uma palavra desconhecida, consulte o dicionário para verificar seu significado.
Faça anotações: Anote as palavras que você não conhece e procure o significado delas posteriormente.
Fórum: Opinar, Compartilhar e Refletir - Inferência Textual
Após nossa aula sobre inferência textual, convido vocês a participarem deste fórum para aprofundarmos nosso entendimento sobre essa habilidade essencial.
Atividade:
Escolha um trecho de um texto: Pode ser um parágrafo de um livro, um artigo de jornal, uma letra de música ou qualquer outro texto que você tenha lido recentemente.
Identifique uma palavra ou expressão-chave: Escolha uma palavra ou expressão que você acredite que possa ter um significado implícito ou que exija inferência para ser compreendida.
Compartilhe o trecho e a palavra/expressão escolhida: Publique o trecho no fórum, destacando a palavra ou expressão-chave.
Explique sua inferência: Descreva como você chegou à sua interpretação, explicando quais pistas contextuais e conhecimentos prévios você utilizou.
Comente a inferência de um colega: Leia as postagens dos seus colegas e escolha uma para comentar. Você pode concordar, discordar, adicionar novas informações ou fazer perguntas para aprofundar a discussão.
Objetivos:
Desenvolver a habilidade de inferência textual.
Compartilhar diferentes interpretações e perspectivas.
Promover a discussão e o aprendizado colaborativo.
Fixar o conteúdo da aula.
Critérios de Avaliação:
Participação no fórum, com postagem e comentário.
Clareza e coerência na explicação da inferência.
Utilização de pistas contextuais e conhecimentos prévios.
Respeito e cordialidade nos comentários aos colegas.
Dicas:
Seja específico ao explicar sua inferência.
Utilize exemplos do texto para sustentar sua interpretação.
Leia atentamente as postagens dos seus colegas.
Ao comentar a inferência de um colega, faça de forma construtiva, buscando agregar valor à discussão.
Lembrem-se: A inferência é uma ferramenta poderosa para a compreensão textual. Ao praticá-la, vocês se tornarão leitores mais críticos e perspicazes.
PRATIQUE!
Os cearenses
Quando cheguei ao Ceará, há uns dez anos, tive logo nos primeiros dias uma surpresa. A moça que trabalhava para mim me disse que ia “rebolar no mato”. O quê?, pensei, rebolar no mato? Não fazia muito sentido ela ir requebrar os quadris no meio de um matagal. Foi então que entendi: ela ia jogar no lixo alguma coisa. Fiquei fascinada com a perspectiva de conhecer novas expressões e palavras: ontonte, arengar, cabra atarrachado... Aprendi o que é botar boneco, bonequeiro, batoré, beréu, só para mencionar algumas começadas com a letra B. E me encantava com expressões que ouvia: “Jumento sem mãe”, que significa um pobre coitado, um zé-ninguém. “Mangar de alguém”, ou zombar.
E a expressão que mais me espantou: Bonito pra chover. É que, nas bandas de lá onde fui criada, um dia chuvoso é feio, triste, e é belo o dia límpido, de céu azul sem nuvem. Acabei descobrindo que no Ceará existe uma língua local, ou dialeto, o cearensês. Também, deve haver um sentimento de honra regional, de querer reconhecimento e respeito. Sei que incorporei muitas falas e ando disparando, por aí, de quando em vez, no lugar de Virgem Maria, sonoros Vixe Maria!
Disponível em: https://www.opovo.com.br/.
Questão 1. A expressão “Bonito pra chover”, no cearensês, significa que
a) o céu fica mais bonito quando chove.
b) o céu cearense é o mais bonito do Brasil.
c) o povo cearense gosta da chuva.
d) a chuva é um fenômeno comum no Ceará.
(Prova Brasil).Leia o texto abaixo:
Realidade com muita fantasia
Nascido em 1937, o gaúcho Moacyr Scliar é um homem versátil: médico e escritor, igualmente atuante nas duas áreas. Dono de uma obra literária extensa, é ainda um biógrafo de mão cheia e colaborador assíduo de diversos jornais brasileiros. Seus livros para jovens e adultos são sucesso de público e de crítica e alguns já foram publicados no exterior.
Muito atento às situações-limite que desagradam à vida humana, Scliar combina em seus textos indícios de uma realidade bastante concreta com cenas absolutamente fantásticas. A convivência entre realismo e fantasia é harmoniosa e dela nascem os desfechos surpreendentes das histórias.
Em sua obra, são freqüentes questões de identidade judaica, do cotidiano da medicina e do mundo da mídia, como, por exemplo, acontece no conto “O dia em que matamos James Cagney”.
Para Gostar de Ler, volume 27. Histórias sobre Ética. Ática, 1999.
Questão 2. A expressão sublinhada em “é ainda um biógrafo de mão cheia” (ℓ. 2) e (ℓ. 3) significa que Scliar é
A) crítico e detalhista.
B) criativo e inconsequente.
C) habilidoso e talentoso.
D) inteligente e ultrapassado.
(Prova Brasil). Leia o texto abaixo:
O Sapo
Era uma vez um lindo príncipe por quem todas as moças se apaixonavam. Por ele também se apaixonou a bruxa horrenda que o pediu em casamento. O príncipe nem ligou e a bruxa ficou muito brava. "Se não vai casar comigo não vai se casar com ninguém mais!"
Olhou fundo nos olhos dele e disse: "Você vai virar um sapo!" Ao ouvir esta palavra o príncipe sentiu estremeção. Teve medo. Acreditou. E ele virou aquilo que a palavra feitiço tinha dito. Sapo. Virou um sapo.
ALVES, Rubem. A Alegria de Ensinar. Ars Poética, 1994.
Questão 3. No trecho "O príncipe NEM LIGOU e a bruxa ficou muito brava", a expressão destacada significa que:
A) não deu atenção ao pedido de casamento.
B) não entendeu o pedido de casamento.
C) não respondeu à bruxa.
D) não acreditou na bruxa.
(Prova Brasil). Leia o texto abaixo:
Duas Almas
Ó tu, que vens de longe, ó tu, que vens cansada,
entra, e sob este teto encontrarás carinho:
eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho,
vives sozinha sempre, e nunca foste amada...
A neve anda a branquear, lividamente, a estrada,
e a minha alcova tem a tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
se banhem no esplendor nascente da alvorada.
E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa,
essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,
podes partir de novo, ó nômade formosa!
Já não serei tão só, nem irás tão sozinha.
Há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha...
WAMOSY, Alceu. Livro dos Sonetos. L&PM.
Questão 4. No verso "e a minha alcova tem a tepidez de um ninho" (v. 6), a expressão sublinhada dá sentido de um lugar:
A) aconchegante.
B) belo.
C) brando.
D) elegante.
Leia o texto abaixo.

Questão 5. No trecho “Oh, meu anjo...”, a palavra destacada sugere
A) admiração.
B) impaciência.
C) invocação.
D) saudação.
Leia o texto para responder a questão abaixo:

Questão 6. No trecho “Quando o peguei com o caderno naquelas mãos meladas...”, a palavra destacada se refere
A) aos versinhos para Claudinha.
B) ao Kikinho.
C) ao diário.
D) ao chocolate melado.
Leia o texto para responder a questão abaixo:
O Pavão
E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d´água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
Questão 7. No 2º parágrafo do texto, a expressão “ATINGIR O MÁXIMO DE MATIZES” significa o artista
A) fazer refletir, nas penas do pavão, as cores do arco-íris.
B) conseguir o maior número de tonalidades.
C) fazer com que o pavão ostente suas cores.
D) fragmentar a luz nas bolhas d’água.
Leia o texto para responder a questão abaixo:
“Chatear” e “encher”
Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”. Chatear é assim: você telefona para um escritório qualquer da cidade.
— Alô! Quer me chamar por favor o Valdemar?
— Aqui não tem nenhum Valdemar.
Daí a alguns minutos você liga de novo:
— O Valdemar, por obséquio.
— Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.
— Mas não é do número tal?
— É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar.
Mais cinco minutos, você liga o mesmo número:
— Por favor, o Valdemar chegou?
— Vê se te manca, palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca trabalhou aqui?
— Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.
— Não chateia.
Daí a dez minutos, liga de novo.
— Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado? O outro desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.
Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação:
— Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim?
CAMPOS, Paulo Mendes. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, v.2, p. 35.
Questão 8. No trecho “Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar” (ℓ. 9), o emprego do termo sublinhado sugere que o personagem, no contexto,
A) era gentil.
B) era curioso.
C) desconhecia a outra pessoa.
D) revelava impaciência.
Leia o texto para responder a questão a seguir:
Cadernos de João
(…) Na última laje de cimento armado, os trabalhadores cantavam a nostalgia da terra ressecada.
De um lado era a cidade grande: de outro, o mar sem jangadas.
O mensageiro subiu e gritou:
- Verdejou, pessoal!
Num átimo, os trabalhadores largaram-se das redes, desceram em debandada, acertaram as contas e partiram.
Parada a obra.
Ao dia seguinte, o vigia solitário recolocou a tabuleta: “Precisa-se de operários”, enquanto o construtor, de braços cruzados, amaldiçoava a chuva que devia estar caindo no Nordeste.
(Anibal Machado, Cadernos de João )
Questão 9. De acordo com o texto, a palavra “Verdejou” significa
A) a saudade dos trabalhadores.
B) o mar sem jangadas.
C) a parada da obra.
D) a chuva caindo no Nordeste.
Leia o texto para responder a questão a seguir:
Neologismo
Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo
Teadoro, Teodora.
http://www.casadobruxo.com.br/poesia/m/neo.htm
Questão 10. O sentido da palavra do título - Neologismo - está ratificado no seguinte verso:
A) “Beijo pouco, falo menos ainda”.
B) “Mas invento palavras”.
C) “É mais cotidiana”.
D) “Intransitivo”.
trecho tirado de: "o pequeno príncipe."
trecho : "meu desenho não representava um chapéu. representava um jiboia digerindo um elefante. então desenhei o interior da jiboia, pra que as pessoas adultas pudessem compreender."
explicação : o desenho que não se referia a um chapéu e sim a um jiboia com um elefante no estômago. trás o humor de que os adultos não podiam compreender o desenho nomeado como simples. e que foi necessário outro desenho para que os adultos tentassem entender a ideia que o desenho transmitia. é possível identificar a frustração do personagem com frases logo após. dizendo que abandonou uma excelente carreira de pintor ao seis anos de idade.
palavra-chave : "representava."