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[GRAMÁTICA] Colocação Pronominal

Atualizado: 14 de dez. de 2023

A colocação pronominal indica a posição dos pronomes átonos - me, nos, te, vos, se, o(s), a(s), lhe(s) - em relação ao verbo, do que resulta a próclise, a mesóclise e a ênclise.

Antes de entender como cada um dos casos deve ser usado, a primeira regra é: a colocação pronominal é feita com base em prioridades. O caso que tem mais prioridade é a próclise, e se nenhuma das situações satisfizer o seu uso, é utilizada a ênclise. Lembrando que a mesóclise somente é utilizada com verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito

Em próclise: pronome colocado antes do verbo;

Em ênclise: pronome colocado depois do verbo;

Em mesóclise: pronome colocado no meio do verbo.

Próclise

Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. Isso acontece quando a oração contém palavras que atraem o pronome:

A) Palavras que expressam negação tais como “não, ninguém, nunca”:

Não o quero aqui. Nunca o vi assim.

B) Pronomes relativos (que, quem, quando...), indefinidos (alguém, ninguém, tudo…) e demonstrativos (este, esse, isto…):

Foi ela que o fez. Alguns lhes deram maus conselhos. Isso me lembra algo.

C) Advérbios ou locuções adverbiais:

Ontem me disseram que havia greve hoje. Às vezes nos deixa falando sozinhos.

D) Palavras que expressam desejo e também orações exclamativas:

Oxalá me dês a boa notícia. Deus nos dê forças.

E) Conjunções subordinativas:

Embora se sentisse melhor, saiu. Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo.

F) Palavras interrogativas no início das orações:

Quando te deram a notícia? Quem te presenteou?

Mesóclise

Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. Isso acontece com verbos do futuro do presente ou do futuro do pretérito, a não ser que haja palavras que atraiam a próclise:

Orgulhar-me-ei dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do presente: orgulharei) Orgulhar-me-ia dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do pretérito: orgulharia)

Ênclise

Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. Isso acontece quando a oração contém palavras que atraem esse tipo de colocação pronominal:

A) Verbos no imperativo afirmativo:

Depois de terminar, chamem-nos. Para começar, joguem-lhes a bola!

B) Verbos no infinitivo impessoal:

Gostaria de pentear-te a minha maneira. O seu maior sonho é casar-se.

C) Verbos no início das orações:

Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo. Surpreendi-me com o café da manhã.

Próclise ou ênclise?

A colocação pronominal depois do verbo é a forma básica de colocação pronominal, seguindo a estrutura sintática básica de uma oração: verbo + complemento. Contudo, o uso da próclise encontra-se generalizado na linguagem falada e escrita.

É facultativo o uso da próclise ou da ênclise, caso o verbo não se encontre no início da frase, nem haja situações que justifiquem o uso específico de uma forma de colocação pronominal.

Exemplo de uso facultativo da próclise ou da ênclise

Minha mãe ajudou-me nos trabalhos. Minha mãe me ajudou nos trabalhos.

A próclise nunca deverá ser utilizada quando o verbo se encontrar no início das frases. Nesta situação, a forma correta de colocação pronominal é depois do verbo.

Exemplos de ênclise com verbos no início da frase

Ouviram-me chamar? Deram-lhe os parabéns!

Colocação pronominal nas locuções verbais

Vejamos como ocorre a colocação do pronome nas locuções verbais. Lembrando que as regras citadas para os verbos na forma simples devem ser seguidas.

A) Usa-se a ênclise depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal nas locuções verbais em que o verbo principal esteja no infinitivo ou no gerúndio:

Devo-lhe explicar o que se passou. (ênclise depois do verbo auxiliar, “devo”) Devo explicar-te o que se passou. (ênclise depois do verbo principal, “explicar”)

B) Caso não haja palavra que atraia a próclise, usa-se a ênclise depois do verbo auxiliar em que o verbo principal esteja no particípio:

Foi-lhe explicado como deveria agir. (ênclise depois do verbo auxiliar, “foi”, uma vez que o verbo principal “explicar” está no particípio, “explicado”) Tinha-lhe feito as vontades se não tivesse sido mal criado. (ênclise depois do verbo auxiliar, “tinha”, uma vez que o verbo principal “fazer” está no particípio, “feito”)

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